segunda-feira, 16 de abril de 2012

Meu último post foi no dia 14 de Julho do ano passado. Cara, faz quase um ano. Dezesseis mais trinta e um mais trinta e um mais vinte e nove mais trinta e um mais trinta e um mais trinta mais trinta e um mais trinta mais trinta e um mais trinta e um mais trinta e um mais dezesseis dá trezentos e sessenta e oito. Naturalmente meu cálculo está errado, porque não faz um ano que eu não posto, mas eu gostei de saber que o início e o fim da matemática começaram com dezesseis.

Não vou pensar em sinais. Gosto de procurar sinais nas coisas porque sei que eles não me dizem nada, mas eu gosto de acreditar que eles dizem alguma coisa. Nos últimos tempos tudo tem se resumido em sinais que eu não soube ler. Nunca vamos saber todo o alfabeto da vida que tem mais caracteres que o chinês, e isso nos frustra. Mas bem! Voltei pra cá. Tenho praticado a escrita e vou publicar coisas aqui. Também vou retrabalhar os únicos dois textos daqui que merecem isso o "Vazio" e o "Arrepios". Serão revisados e o "Vazio" vai ser, talvez, encaixado com outros contículos num só. Respeitando-se os limites claro.

Esses dias eu ouvi alguém, a Kyky, falar sobre você escrever cartas para você mesmo no futuro. Achei bastante bonito, poético e, o que muitos achariam, infantil. Não sou tão seguro de mim mesmo pra crer que escrever mensagens para você ler daqui a cinco, dez anos, é infantil. Mas também não posso negar que pensei isso quando ouvi. Tempos passaram e eu resolvi reler alguns textos daqui. Eu gosto daqui. É como voltar pra casa depois de uma longa estada no exterior. É muito bom rever as coisas todas no seu lugar, meus bonequinhos de brinquedo todos de pé na estante, meus livros com suas lombadas sérias demais pra uma criança, os ossos de bichos mortos que eu recolhi, a janela com aquele sol acalentador, eterno, esquentando a casa de madeira.

Descobri que gostei da experiência, ainda que acidental. Reli coisas antigas e percebi que estou diferente. Também me disseram, no mesmo contexto, inclusive, que eu não deveria jogar nada fora. As lembranças de papel eram os marcos pelas estradas por onde passei, de onde juntei terra. Acabei voltando pra produzir mais e mais lembranças até, um dia, poder ficar horas lendo e relendo tudo. De novo, como no primeiro post: não é simples narcisismo, é uma construção pessoal. Sei que todas as pessoas podem fazer o mesmo, todas elas possuem o mesmo conteúdo, só o tratam de maneira diferente.

É hora de voltar pra casa e pegar esses significados antigos, sujos de mofo, e, parafraseando pessoa querida; sujos de tempo. Refazer cálculos, tentar saber como eu talvez seria. Vou precisar disso não para me prender no passado, mas para poder me imolar de uma vez no futuro. Não quero acabar com as indecisões nem inchá-las, quero torná-las digeríveis e tratáveis. Não são ruins. Nada é totalmente ruim.Enfim, porra, como é bom voltar para casa.

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